João Leote, engenheiro e médico, compartilha no POCUS Talks as suas descobertas sobre a influência das configurações dos parâmetros do ultrassom na formação dos artefatos de imagem, especificamente artefatos verticais, com base no estudo de sua autoria: “Influence of Ultrasound Settings on Laboratory Vertical Artifacts”.
Neste episódio do podcast, à conversa com José Mariz, explora como configurações corretas podem otimizar a prática clínica e fornece insights sobre o futuro da ecografia, com ênfase em melhorias de qualidade de imagem e inteligência artificial.
É Médico Interno de Formação Específica de Medicina Intensiva no Hospital Garcia de Orta e o convidado perfeito para o primeiro episódio de uma nova rubrica do podcast, dedicada a explorar a intersecção entre a tecnologia e a prática da ecografia Point-of-Care.
O POCUS Tech surge da vontade de promover conversas sobre as inovações tecnológicas que estão a transformar o POCUS e o impacto destas mudanças na relação médico-paciente.
Após uma formação inicial em Neurofisiologia, decidiu seguir Medicina, trazendo a sua paixão pela Fisiologia Clínica para otimizar tratamentos. À conversa com José Mariz, partilha a sua experiência e insights sobre como a sua formação técnica tem contribuído para a sua prática clínica e revela o seu particular interesse pela ultrassonografia do tórax e do pulmão.
Para uma compreensão mais clara do episódio, recomendamos a leitura do artigo que deu o mote a esta conversa:
Influence of Ultrasound Settings on Laboratory Vertical Artifacts.
Este estudo visou aprofundar a compreensão dos artefatos verticais e analisar o impacto das diferentes configurações do equipamento de ultrassom na visualização e caracterização desses artefatos.
As linhas B são artefatos verticais comumente associadas à presença de fluido extra-pulmonar ou ao início de uma possível infecção. Contudo, João Leote ressalta que essas linhas não possuem uma elevada especificidade e esta depende do contexto clínico.
A heterogeneidade dos achados clínicos observados em relação às linhas B impulsionou uma investigação mais aprofundada sobre os artefatos verticais pulmonares.
Diversos parâmetros do ecógrafo (como frequência, dynamic range, ganho, potência), ao serem ajustados, permitem analisar a influência na formação dos artefatos. A tabela seguinte, dos parâmetros e efeitos na imagem ecográfica, revela algumas das recomendações relacionadas com as configurações, para melhorar a acurácia e a confiabilidade na leitura das imagens.
O debate promovido neste POCUS Tech, destaca a relevância de uma abordagem rigorosa e baseada em evidências para a ecografia. João Leote manifestou o desejo de aplicar os resultados laboratoriais em cenários clínicos e desenvolver protocolos padronizados para o uso da ecografia Point-of-Care. Acreditamos que o futuro da medicina é indissociável da tecnologia e, como tal, estamos entusiasmados por continuar a acompanhar o avanço deste tema tão pertinente.
“Acredito que a ecografia, no futuro, será tão essencial quanto o estetoscópio."
João Leote
Vale a pena recordar o episódio do POCUS Talks com Michael Blaivas, o convidado da estreia da rubrica POCUS Mundi, "
Poderá POCUS substituir o estetoscópio?", onde debate com José Mariz sobre o impacto da AI no POCUS e outros temas que moldam o futuro da medicina.
Quais são os desafios que enfrenta ao usar a ecografia na sua prática clínica? Compartilhe este artigo com os seus colegas e ajude a promover o uso de tecnologias avançadas no diagnóstico médico. E fique atento para mais discussões sobre inovações em tecnologia médica no POCUS Tech!
José Mariz reconhece que o João Leote representa uma equipa e como tal recomendamos a consulta do artigo, para conhecerem todos os autores. Parabéns a todos os envolvidos!
Leote J, Muxagata T, Guerreiro D, Francisco C, Dias H, Loução R, Bacariza J, Gonzalez F; EchoCrit Group.
Influence of Ultrasound Settings on Laboratory Vertical Artifacts. Ultrasound Med Biol. 2023 Aug;49(8):1901-1908. doi: 10.1016/j.ultrasmedbio.2023.03.018. Epub 2023 May 6. PMID: 37150622.