O convidado da estreia da rubrica POCUS Mundi, justamente por ser referência mundial para todos os POCUSistas, é o prestigiado Michael Blaivas, Diretor Médico da Anavasi Diagnostics e ThinkSono, um verdadeiro Inovador de instrução em dispositivos médicos de POCUS, diagnóstico, terapêutica e software.
Neste episódio do POCUS Talks, Blaivas e Mariz debatem acerca do artigo de Clifford Marks:
Could the ultrasound replace the stethoscope?. Para uma compreensão mais clara desta conversa, recomendamos a sua leitura!
Para os que praticam POCUS todos os dias, este tema não deixa margem para dúvidas. Mas a realidade da maioria dos hospitais ainda é diferente e quando se entra num hospital a primeira imagem que se tem é a de um médico com um estetoscópio.
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos têm moldado de forma significativa o campo da medicina. Uma das inovações em ascensão é o uso cada vez mais difundido do ultrassom, uma ferramenta que se está a destacar como um concorrente sério para o venerável estetoscópio. O artigo "Could Ultrasound Replace the Stethoscope?", publicado na The New Yorker, explora essa questão e apresenta uma perspectiva fascinante sobre o futuro da prática médica.
POCUS é uma tecnologia com raízes profundas nos scanners de sonar utilizados durante a Segunda Guerra Mundial e tem evoluído exponencialmente desde então. Hoje, é amplamente empregado em diversas especialidades médicas proporcionando uma visão interna do corpo humano de forma não invasiva e em tempo real.
Uma das grandes vantagens do POCUS é a sua capacidade de fornecer informações detalhadas sobre estruturas anatómicas e fluxos sanguíneos, algo que o estetoscópio não pode fazer. Além disso, o POCUS oferece a vantagem de ser um dispositivo portátil e versátil, possibilitando exames à cabeceira do paciente e em ambientes de emergência. Enquanto o estetoscópio é uma ferramenta valiosa e insubstituível para muitos médicos, principalmente para uma avaliação inicial rápida, o POCUS tem o potencial de levar a avaliação diagnóstica a um novo nível.
Existe uma progressão natural de mudança à medida que os médicos se mentalizam que o estetoscópio é uma tecnologia ultrapassada e com uma entrega de dados inferior ao estudo de imagem.
Na opinião de Michael Blaivas a Inteligência artificial terá impacto a vários níveis. Tornará mais fácil a proficiência, o fluxo de trabalho será mais fácil e os cálculos e avaliações serão mais rápidos e precisos. Terá o maior impacto nos médicos iniciantes em POCUS, porque a própria máquina irá indicar onde colocar a sonda e em que posição. Se a AI for usada com inteligência, poderá encurtar o caminho do treino e também o alcance do potencial do POCUS.
O artigo que deu mote a este podcast "
Could the ultrasound replace the stethoscope?" está publicado na The New Yorker. O seu autor, Clifford Marks, é Médico de Emergência Médica em Beth Israel Deaconess Medical Center e professor em Harvard Medical School. Sugerimos a sua leitura para uma interpretação mais aprofundada desta conversa.